quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eu e o Outro


A solidão é uma gota no oceano que só olha para si mesma... Uma gota que não sabe que é oceano... Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura...
desconhecido
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SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO

Uma das operações psíquicas mais sofisticadas que aprendemos, lá pelos 7 anos, é esta, de tentarmos sair de nós mesmos para imaginar como se sentem as outras pessoas. De repente podemos olhar para a rua num dia de chuva e imaginar - o que, de certa forma, significa sentir - o frio que um outro menino pode passar por estar mal agasalhado.

Nossa capacidade de imaginar o que se passa é como uma faca de dois gumes. O engano mais comum - e de graves conseqüências para as relações interpessoais - não é imaginarmos as sensações de uma outra pessoa, e sim tentarmos prever que tipo de reação ela terá diante de uma certa situação.

Costumamos pensar assim: "Eu, no lugar dela, faria desta maneira." Julgamos correta a atitude da pessoa quando ela age da forma que agiríamos. Achamos inadequada sua conduta sempre que ela for diversa daquela que teríamos. Ou melhor, daquela que pensamos que teríamos, uma vez que muitas vezes fazemos juízos a respeito de situações que jamais vivemos.

Quando nos colocamos no lugar de alguém, levamos conosco nosso código de valores. Entramos no corpo do outro com nossa alma. Partimos do princípio de que essa operação é possível, uma vez que acreditamos piamente que as almas são idênticas; ou, pelo menos, bastante parecidas.

Cada vez que o outro não age de acordo com aquilo que pensávamos fazer no lugar dele, experimentamos uma enorme decepção. Entristecemo-nos mesmo quando tal atitude não tem nada a ver conosco. Vivenciamos exatamente a dor que tentamos a todo o custo evitar, que é a de nos sentirmos solitários neste mundo.

Sem nos darmos conta, tendemos a nos tornar autoritários, desejando sempre que o outro se comporte de acordo com nossas convicções. E assim procedemos sempre com o mesmo argumento: "Eu no lugar dele agiria assim."

A decepção será maior ainda se o outro agiu de modo inesperado em relação à nossa pessoa. Se nos tratou de uma forma rude, que não seria a nossa reação diante daquela situação, nos sentimos duplamente traídos: pela agressão recebida e pela reação diferente daquela que esperávamos. É sempre o eterno problema de não sabermos conviver com a verdade de que somos diferentes uns dos outros; e, por isso mesmo, solitários.

Aqueles que entendem que as diferenças entre as pessoas são maiores do que as que nos ensinaram a ver desenvolvem uma atitude de real tolerância diante de pontos de vista variados a respeito de quase tudo. Deixam de se sentir pessoalmente ofendidos pelas diferenças de opinião.

Podem, finalmente, enxergar o outro com objetividade, como um ser à parte, independente de nós. Ao se colocar no lugar do outro, tentarão penetrar na alma do outro, e não apenas transferir sua alma para o corpo do outro. É o início da verdadeira comunicação entre as pessoas.

Pesquisado por: Dra. Elaine Marini








10 comentários:

  1. Quantos esquecem disso e olham apenas para os umbigos...Linda! beijos,chica

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  2. Cara amiga!
    Pois sempre tento agir assim, colocar-me no lugar do outro, sentir o que o outro sente.
    E isto ficou mais enfatizado em minha mente, depois da exposição que vi na semana passada no MASP chamada 6 Bilhões de Outros. Pude ali ver e entender plenamente que sou mais um grão de areia neste imenso universo em que estou junto com bilhões de outros seres iguais a mim, sofrendo e vivendo múltiplas emoções e sentimentos.
    Lindo post! Adorei te conhecer pessoalmente, vamos repetir!
    bjs cariocas

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  3. "É sempre o eterno problema de não sabermos conviver com a verdade de que somos diferentes uns dos outros".

    Este é o ponto central do teu texto.
    A luta diária em aceitar o outro como ele é.
    E fazer com ele perceba isso a nosso respeito.
    bjs Calu e um bom dia

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  4. Bom Dia Calu,
    Sempre bom dar uma passadinha aqui antes de iniciar o dia, acrescentamos sempre algo de bom com seus posts, obrigada por compartilhar.
    beijos
    Mariza

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  5. Pois é, Chica.È preciso que nos movimentemos para mudar este estado de ação.
    Mas, já fazemos um pouco por aqui.
    Bjo.

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  6. Betinha,
    há instantes que somos tomados duma calreza sobre certas coisas que nos sentimos impulsionados a fazer algo para modificá-las.
    Muito do movimento blogueiro se encontra nesta direção.Ainda bem, né?
    Saiba que a simpatia foi recíproca.Adorei conhecê-la tbém.E, claro que vamos repetir e repetir esta alegria.
    Bjo.

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  7. È isso, Soninha, nossa grande confusão em querermos encontrar pessoas idênticas a nós, mas se nem os dedos das mãos são iguais, como persistimos neste engodo?
    Vá entender???
    Bjo.

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  8. Bom-dia, Mariza,
    que bom que vc veio e gostou do que viu e leu.Fico muito contente por isso.
    Bjo.

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!